Ó trevas, que enlutais a Natureza,
Longos ciprestes desta Selva anosa,
Mochos de voz sinistra e lamentosa,
Que dissolveis dos fados a incerteza;
Manes,
surgidos da morada acesa
Onde de horror sem fim Plutão se goza,
Não aterrais esta alma dolorosa,
Que é mais triste que voz minha tristeza.
Perdi o
galardão da fé mais pura,
Esperanças frustrei do amor mais terno,
A posse de celeste formosura.
Volvei, pois,
Sombras vãs, ao Fogo eterno;
E, lamentando a minha desventura,
Movereis à piedade o mesmo Inferno.
Bocage
Nenhum comentário:
Postar um comentário