Fitando o mar, que desespero insano,
Esquisito desejo netunino
De partir, alijando o meu destino
Sobre os perigos múltiplos do oceano!
Mar alto! Céus a todo descortino!...
Como eu me fora - nauta veneziano -
No meu veleiro solto a todo o pano
E à discrição desse furor divino!
Nem bússola, farol, sextante ou guia,
Nada do que não fosse a plenitude
Que entre as águas e o céu me envolveria.
Quando, vencida essa derrota rude,
Também me visse em plena solitude:
Mar alto, céu sem Deus, alma vazia...
Pereira da Silva
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