Fantasma que faz parte do ciclo das assombrações criadas
para assustar crianças, para fazer parte dos seus pesadelos noturnos. Seu
provável local de origem é o sul de Minas Gerais.
Amedronta as crianças que choram, as teimosas e as
malcriadas, e também aquelas que insistem em não querer ir dormir cedo. É uma
espécie de Bicho Papão mineiro, cujo papel é adormecer as crianças pelo medo.
O primeiro historiador brasileiro a documentar esse mito foi
o pesquisador Vale Cabral.
E sua aparência é sem dúvida singular. Anda envolto em longa
esteira de folhas de bananeira, ronca como se fosse um porco e dança de forma
compassada enquanto caminha. Às vezes, em meio à sua peculiar caminhada, dá uma
paradinha seguida de giro.
O nome é um vocábulo africano, na verdade de origem Bantu, e
teria como significado uma espécie de canto ou dança africana à exemplo do
Lundu.
Há uma quadrinha que diz:
Êvém o Chibamba, nêném, ele papa minino, cala a boca!...
O Chibamba vestido de folhas de bananeira e dançando, lembra
a África de onde o nome é originário. Em Angola e Congo, ainda hoje, os negros
em suas tradições festivas e folclóricas, dançam vestindo elaboradas roupas
feitas de folhas, ramos e galhinhos de plantas locais.
Na Ásia, entre os antepassados do Laos, da indochina
francesa, chamados de Pu Nhiê, há uma dança. Os Pu Nhiê, em certa época,
vestindo folhas e peles, surgem com máscaras de monstros excêntricos. E Dançam
lentos, compassados, dando giros misteriosos, ao som de tambores.
O Chibamba é um remanescente dos rituais negros da África,
que se transformou em Cuca, ou Negro Velho, e se tornou encarregado de fazer
dormir à força as crianças. O fato de "roncar como um porco" é uma
adaptação brasileira.
Chibamba, em Minas Gerais, pelo nome e maior influência
negra do que indígena, é africano. Ali ele vive fazendo as crianças dormirem,
mesmo quando não estão com vontade.
Informações Complementares:
Nomes comuns: Chibamba.
Origem: É africana.
De fato, os nativos africanos se vestiam com folhas e usavam
máscaras assustadoras nos seus rituais de pesca, caça e mesmo religiosos. Sua
chegada ao Brasil mineiro, em seus terreiros festivos, onde as amas pretas de
leite cuidavam dos seus bebês e também das crianças brancas, explica o
surgimento do Chibamba como criatura assustadora.
Era uma oportunidade e tanto mostrar às crianças, aqueles
figurantes caracterizados como monstros cobertos de folhas e mascarados, como
sendo uma entidade que viria atormentar crianças que não queriam dormir.
Na tradição africana, os figurantes cobertos de folhas e
mascarados, simbolizavam a reencarnação dos seus antepassados, que ora os
visitavam para abençoar suas festas, caçadas, colheitas, guerras e rituais de
casamento.
Também os nossos índios dançavam envoltos em folhas e
tecidos vegetais. Não é uma tradição dos Tupis, mas entre os pajés do Brasil
colônia. E estes dançavam, nas horas dos rituais religiosos, disfarçados,
cobertos de folhas e pintados com corantes vegetais. A dança lenta, rodada, com
os figurantes cobertos com vestimentas ornamentadas, era tradição entre os Gês,
Nu-aruacos e Caraíbas. Mas a influência para a existência do Chibamba mineiro é
mesmo africana.
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