terça-feira, 28 de julho de 2015

Ante uma Caveira

Quem foste? Tu que és hoje uns restos do passado?
Um martyr? um bandido? Ó tu que foste alguem!
Quem sabe se inda existe um peito angustiado
que chore a tua falta... um coração de mãe!...

Nas órbitas sem luz, talvez que uns lindos olhos,
outrora com amor, chorassem combalidos...
Talvez que o teu caminho, erriçado de abrolhos,
o regassem de pranto os teus olhos perdidos!

E hoje, fria caveira, insondavel misterio,
nem a terra te abraça o teu craneo gelado!
Nem sequer tens lugar num triste cemiterio,

onde a saudade vá chorar o teu passado!

Lutharda Guimarães de Caires


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