Arte Maldita! circe feiticeira!
Bebi também teu filtro de estramônio
Para sonhar a minha vida inteira
No meio dêste humano pandemônio;
Para não ver, numa feliz cegueira,
Da Realidade o negro horror gorgônio,
Fugindo assim à multidão rasteira
Sôbre as asas rebeldes do demônio...
Interpretando os símbolos eternos
Da natureza, encantos e pavores,
Gôzo de quem percorre céus e infernos...
E vou cristalizando no meu verso
- No meu verso onde estalam tantas dores, -
O sonho astral do coração perverso.
Venceslau de Queirós
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