quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Angústia

Uma sede cruel reina no meu coração;
Nunca tinha imaginado que este inteiro mundo,
Calcado na mão de Deus, pudesse dar
Uma tão amarga essência de inquietação,
Uma dor grande como aquela que agora a saudade
Retirou de seu tremendo coração, aberto!

Cada respiração é um gemido,
As batidas de meu coração são toques de dor,
E meu cérebro tem um único pensamento
Que nunca mais, pela vida toda poderei novamente
(Exceto na dor da lembrança)
Tocar tua mão, que agora não existe mais!

No vazio da noite procuro,
Sombriamente chorando teu nome;
Mas tu não estás lá; e o vasto trono da noite
Se torna uma enorme catedral
Com as estrelas que tocam como sinos na minha direção,
Que no espaço infinito sou o ser mais só!

Sedento, rastejo para a margem,
Onde certamente algum alívio me será oferecido
Do coração eterno do antigo mar;
Mas olha! De sua solene profundidade
Vozes longínquas, misteriosas
Parecem perguntar porque estamos separados.

Onde vá, estou só
Eu que por algum tempo, graças a você, possuía o mundo.
Meu peito é uma dor raivosa
Por aquilo que uma vez já foi e agora fugiu
No vazio onde a vida se precipita

Onde cada coisa não existe mais, nem existirá.

William Hope Hodgson


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