terça-feira, 8 de março de 2016

Alma Ferida

Alma ferida pelas negras lanças
Da Desgraça, ferida do Destino,
Alma de que a amargura téce o hymno
Sombrio das crueis desesperanças;

Não desças, Alma feita das heranças
Da Dôr, não desças do teu céo divino.
Scintila como o espelho crystalino
Das sagradas, serenas esperanças.

Mesmo na Dôr espera com clemencia
E sóbe á sideral resplandescencia,
Longe de um mundo que só tem peçonha.

Das ruinas de tudo ergue-te pura;
E eternamente, na suprema Altura,

Suspira, soffre, scisma, sente, sonha!

Cruz e Sousa


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