Numa grande emoção de saudade perdida,
Que trazes minha vida e meus nervos imersos
Na cadência brumal de tua dor sofrida...
E no exílio de claustro em que vivo esta vida,
Pus-me então a sentir e a rezar os teus versos,
Alma sentimental de angústia dolorida,
Alma feita de sombra e silêncio, dispersos...
É de dentro de tua emoção que eu contemplo
E vejo que tua alma antiga me parece
Um órgão a cantar tôda a vida de um templo!
E, como refletida através de vitrais,
Bruges acinzentada e morta me aparece,
Espelhando o silêncio à tona dos canais...
Rodrigo Otávio Filho
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