segunda-feira, 10 de julho de 2017

Vento Quente


Lamento cego no vento, dias lunares de inverno,
Infância, os passos se perdem discretos em negra sebe,
Longo toque noturno.
Discreta chega a noite branca,

Transforma em sonhos purpúreos tormento e dor
Da vida pedregosa,
Para que nunca o pontudo espinho deixe o corpo em decomposição.

Profunda em sono suspira a alma angustiada,

Profundo o vento em arvores destruídas,
E a figura de lamento da mãe
Vagueia pela floresta solitária

Desse luto silente; noites,
Repletas de lagrimas, de anjos de fogo.

Prateado, espatifa-se contra a parede nua um esqueleto de criança.


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