segunda-feira, 29 de junho de 2015

À Noite

Deixei de insônias cercado
O meu solitário leito
Para vir contar-te, ó noite,
As angústias do meu peito.

Toda de luto trajada,
Tão tristonha como eu,
Teu triste aspecto harmoniza
Coas dores do peito meu.

Se tu velas só na terra,
Chorando teu triste fado,
Quantas lágrimas derrama
Quem é como eu desgraçado!

Se eu vivera num sepulcro
Mais negro que o manto teu,
Tão desgraçado não fora
Coas dores do peito meu.

Aureliano Lessa



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