sexta-feira, 5 de junho de 2015

A Caveira

Encontrei-a uma vez, a lívida caveira,
A rir, sinistramente, em doidas gargalhadas...
E pensei, nesse instante, ó almas torturadas!
Que ela seria em breve a minha companheira.

Depois vi, por meu mal, naquela ossada nua,
Que a Morte descarnara, em ânsias, brutalmente,
A imagem do meu ser, gelada e inconsciente,
Bebendo a luz do sol e as lágrimas da lua...

E tive ainda mais ódio a este viver tristonho,
Que arrasto, sem te ver, eu que por ti vivia,
Ó alma da minha alma e sonho do meu sonho!

Entretanto, começava o dia a esmorecer...
E eu fui-me perguntar à Sombra, que descia,
Se acaso não seriam horas de eu morrer!


José Duro

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