terça-feira, 9 de agosto de 2016

Assombrações afligem moradores em Jaraguá, Goiás







Moradores de Jaraguá tem relatado frequentes casos de assombrações na cidade e na zona rural


       Nivaldo Félix, morador da vila São José relata que alugou uma casa naquele setor, local que antigamente era um centro espírita e que ele ficou no imóvel por apenas 7 dias, pois não suportava mais os barulhos sinistros que aconteciam à noite.
       Ele diz que ao apagar as luzes faziam barulhos parecidos com o atrito de duas bolas plásticas rígidas, o barulho era assustador e após ele verificar por várias vezes a possibilidade de serem ratos ou morcegos, chegou à conclusão que o fenômeno era paranormal.
       Não contendo mais o medo, certa noite ele saiu com o colchão de espuma debaixo do braço e foi dormir no vizinho.
“Tudo era assustador, não parecia com um barulho comum, nada era normal, no outro dia mudei de lá”, diz ele.
       Na Mirilândia moradores relatam que uma assombração habita alguns lugares escuros nas noites daquela região.
       Muitos relatos provaram que as aparições eram mesmo sobrenaturais. Estes fenômenos são comuns em Jaraguá tanto na cidade como na zona rural onde existem vários relatos.

Um caso muito conhecido aconteceu com o autor deste artigo, veja os relatos:
 
       Desde 1971 meus pais moram numa chácara a 1 km da cidade, aqui em Jaraguá-GO e os fatos aconteceram no mês de junho do ano de 1981.
       Um irmão mais velho, que é bancário e morava na vila Rio Vermelho, numa tardinha já escurecendo chegou em casa e escutou algo caindo em cima do telhado.
       Saiu para ver e não encontrou ninguém, os barulhos continuaram em instantes intercalados, pedras eram jogadas em cima do telhado, objetos arrastavam-se e ele chamou a polícia.
       Logo apareceram os valentes e temidos policiais da época, o cabo Pedro Gontijo valentão conhecido na cidade e outro PM também temido e que ainda é vivo, por isso preservamos sua identidade.
       Após verificarem o lugar e presenciarem alguns ataques ocultos, disseram ao meu irmão que aquilo não era “coisa” para eles e saíram assustados dali.
       Meu irmão com medo pegou a esposa, o filho de dois anos e seu cunhado um menino de 12 anos que passava uns dias ali e foram todos para nossa chácara.
       Era quase meia noite e ao abrir a porta minha mãe deu de cara com ele e sua família assustados pedindo abrigo, dizendo que desde o inicio da noite não tinha sossego pois algo estranho os atormentava jogando pedras e outros objetos.
       Nesse instante um pedaço de tijolo atravessou o vitrô da frente caindo na sala causando desespero em todos.
       Minha mãe religiosa, sempre muito forte e cheia de fé arranjou logo um altar pôs ali algumas imagens e todos se propuseram a rezar.
       Nesta noite a família de meu irmão nos fez companhia pousando na chácara. No outro dia saiu cedo para o banco e deixou seus familiares na chácara.
       Desde então descobrimos que todo aquele transtorno acompanhava o menino, pois onde ele estava aconteciam os fenômenos. Se ele estava na cozinha pratos voavam, garfos caiam, pedras se atiravam pelas janelas.
       Eu que tinha a mesma idade do menino, 12 anos, fui indicado por minha mãe para acompanhar o garoto.
       Os mais velhos precisavam trabalhar na lavoura e as meninas ajudavam nas tarefas domésticas, então eu e dois irmãos pequenos, um de 7 e outro de 14 cuidava do moleque possuído.
No entanto acostumamos com o fenômeno, pois nunca houve agressões físicas a nenhum de nós, somente psicológica.
       Tinha hora que não suportávamos com tanta coisa estranha, corríamos para perto da mãe e ela pegava o rosário e começava a rezar.
       O menino era indiferente, nunca cometia qualquer gesto, nunca atirou uma pedra com as mãos, jamais mexia em qualquer objeto, era tímido, no entanto onde ele estava as coisas fluíam, voavam, se atiravam.
       Os incidentes eram frequentes, vasilhas arremessadas pela janela, as cordas do laço de meu pai lidar com gado certa noite voaram pela janela de madeira que estava aberta na sala, garfos, latas saíam da prateleira, todos os vidros das três janelas da frente da casa foram apedrejados.
       Notamos algo interessante, minha mãe era a única pessoa que afastava as anormalidades. Quando ela aparecia acalmava tudo.
       À noite dormia eu e os irmãos de 7 e de 14 anos e o menino problemático de 12 anos, todos numa mesma cama de casal. Isso causava desespero, pois à noite arranhavam o colchão, batiam socando a parede, mas, sempre que minha mãe aparecia tudo acalmava.
       Passaram mais de duas semanas e somente no dia 14 de junho, lembro bem a data por ser o dia do meu aniversario, minha mãe teve a idéia de levar o menino para ser batizado. Rumo à cidade, andando pela estrada de chão, pedras eram atiradas pelo além.
       Ao chegar na igreja matriz de Jaraguá, naquela fatídica e fria tarde do inverno de junho, mamãe o apresentou ao Frei Dorvalino para ser batizado.
       O padre pediu que apresentassem os padrinhos. Mamãe se ofereceu para ser madrinha e pediu ao Antônio Coelho, retratista conhecido e que até hoje exerce esta profissão aqui, para apadrinhá-lo, ele aceitou e o batizou.
       Tudo terminou naquele momento e minha mãe perguntou ao padre o que havia acontecido e o religioso afirmou que era a força da mente do menino que causava tudo.
Porém uma dúvida sempre nos acompanhava, porque ele perdeu a força da mente somente na hora que foi batizado?
       A maioria dos moradores daquela época, principalmente os moradores antigos da vila Rio Vermelho sabem da historia.
       Aquele menino, hoje é policial em outra cidade e trata minha mãe de forma especial. Meus pais e irmãos, 30 anos depois ainda moram na mesma chácara, onde, graças a Deus, nunca mais houve qualquer fenômeno sobrenatural.

Análise:

       Anos mais tarde, pesquisando sobre o assunto, li que o fenômeno ocorrido, segundo diz a ciência pode ter sido o Poltergeist que em alemão significa “ruído do espírito” e é um tipo de evento sobrenatural que se manifesta deslocando objetos e fazendo ruídos.
       Estudiosos acreditam que o foco dessa perturbação, em muitos casos é uma criança na fase da puberdade.
       Este tipo de evento se diferencia de assombração, pois nele se caracteriza a relação com um indivíduo numa duração curta enquanto que nos chamados casos de assombração os acontecimentos podem se estender por anos e estão sempre associados a uma área, geralmente uma casa ou um local mal-assombrado.
       No fenômeno poltergeist um espírito perturbado usa o indivíduo para se manifestar, às vezes de forma agressiva, fazendo objetos como pedras, por exemplo, voarem pelos ares atingindo outros objetos e assustando as pessoas.
       Para a manifestação desse espírito, segundo a literatura espírita, é necessária a presença de um médium de efeitos físicos, ainda que seja completamente alheio à sua faculdade, para que os fenômenos ocorram.
Geralmente, o poltergeist deixa de se manifestar em poucas semanas. Diferente das assombrações, que podem ferir seres humanos, o poltergeist tem como objetivo apenas a manifestação de sua força sobrenatural.
       Resumindo, no caso do garoto, ele possuía qualidades mediúnicas involuntárias e o espírito poderia estar causando aquilo, mesmo contra a sua vontade, o que acabou sendo bloqueado com o batismo e a interferência das pessoas de seu convívio através da fé.
       Quanto às assombrações que vagam pelas noites escuras, nas redondezas da cidade e zona rural de Jaraguá, essas podem estar por aqui a mais de século, pois existem relatos delas nas velhas histórias populares de Jaraguá.
       Poderia ser a Tereza Bicuda, o velho e temido Coronel Castrinho, o Cavaleiro da rua das flores ou podendo ser também alguma outra assombração mais nova de algum falecido que ainda se mantém presa a este mundo.


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